Economia

Exportações brasileiras podem cair US$ 5,4 bi em 2025 devido a tarifação

Exportações brasileiras podem cair US$ 5,4 bi em 2025 devido a tarifação
  • Publishedagosto 19, 2025

Com tarifaço, empresários brasileiros preveem exportar US$ 5,4 bilhões a menos em 2025, diz CNI A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (19) uma revisão negativa nas projeções para as exportações brasileiras em 2025. O novo relatório do segundo trimestre aponta uma redução de US$ 5,4 bilhões no valor esperado das vendas externas, que passaram de US$ 347,3…

Com tarifaço, empresários brasileiros preveem exportar US$ 5,4 bilhões a menos em 2025, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (19) uma revisão negativa nas projeções para as exportações brasileiras em 2025. O novo relatório do segundo trimestre aponta uma redução de US$ 5,4 bilhões no valor esperado das vendas externas, que passaram de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões. A principal causa desse recuo é o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

O chamado “tarifaço”, promovido pelo governo do ex-presidente Donald Trump, resultou na aplicação de sobretaxas de até 50% sobre mais da metade dos produtos brasileiros exportados para o mercado americano. Setores tradicionais, como o calçadista em Franca (SP), já começaram a sentir os efeitos negativos dessa política.

De acordo com Mário Sérgio Telles, diretor de Economia da CNI, “grande parte da redução nas exportações se deve ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. É importante que essas taxas adicionais sejam reduzidas, pois as medidas compensatórias das pelo governo são positivas, mas não são capazes de substituir o mercado americano para um número grande de empresas e setores”.

Para mitigar os impactos do tarifaço, o governo federal lançou recentemente um pacote de medidas focado em auxiliar as empresas exportadoras. Entre as ações previstas estão linhas de crédito subsidiadas, seguro às exportações, adiamento no prazo para pagamento de tributos e concessão de crédito tributário para operações externas. No entanto, a maior parte dessas iniciativas ainda depende da aprovação pelo Congresso Nacional e da regulamentação necessária para entrar em vigor.

Impactos no crescimento da indústria

Além do recuo nas projeções para as exportações, a CNI também revisou para baixo as expectativas de crescimento da indústria brasileira em 2025. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial passou a ter previsão de alta de 1,7%, abaixo dos 2% estimados anteriormente. Já a indústria de transformação deve crescer 1,5%, ante 1,9% previsto no primeiro trimestre.

Segundo a entidade, o cenário de juros elevados no país tem contribuído para frear a demanda por bens industriais. Atualmente, a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, está em 15% ao ano — o maior patamar dos últimos 20 anos. Além dos juros altos, o aumento das importações e a provável queda das exportações para os EUA são fatores que limitam o desempenho industrial.

Telles destaca que “mesmo com várias medidas acertadas, como a Nova Indústria Brasil e o Programa de Depreciação Acelerada, o crescimento da indústria de transformação deve cair muito em comparação ao ano passado. Isso se deve, principalmente, à taxa de juros elevadíssima e ao aumento das importações, em parte por causa da política comercial americana”.

Caminhos para o futuro

A situação traçada pela CNI evidencia a vulnerabilidade da indústria brasileira diante de barreiras comerciais internacionais. O impacto do tarifaço norte-americano vai além da simples redução nas exportações, afetando também investimentos, empregos e o equilíbrio do comércio.

Embora o pacote do governo federal busque aliviar a pressão sobre os setores mais afetados, ainda há desafios para sua efetiva implementação. A necessidade de aprovação legislativa e o tempo para regulamentação podem atrasar a chegada dos benefícios às empresas.

Para reverter as perdas e garantir a competitividade do Brasil no comércio global, especialistas e empresários reforçam a importância da negociação diplomática para reduzir as tarifas e da implementação acelerada das medidas internas de apoio.

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Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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