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Paulina Porizkova: da resistência ao envelhecimento natural

Paulina Porizkova: da resistência ao envelhecimento natural
  • Publishedagosto 17, 2025

A supermodelo que foi símbolo anticomunista na infância e virou voz do envelhecimento natural Paulina Porizkova é hoje uma voz influente na defesa do envelhecimento natural, mas sua vida diante das câmeras começou muito longe do glamour das passarelas. Nascida na Tchecoslováquia em 1965, sua infância foi marcada pelo drama político e pessoal, só superado por sua trajetória como uma…

A supermodelo que foi símbolo anticomunista na infância e virou voz do envelhecimento natural

Paulina Porizkova é hoje uma voz influente na defesa do envelhecimento natural, mas sua vida diante das câmeras começou muito longe do glamour das passarelas. Nascida na Tchecoslováquia em 1965, sua infância foi marcada pelo drama político e pessoal, só superado por sua trajetória como uma das supermodelos mais famosas e bem pagas dos anos 1980.

De símbolo da resistência anticomunista a supermodelo

Quando tinha apenas três anos, Paulina foi deixada para trás pelos pais, que fugiram da Tchecoslováquia durante a invasão soviética em 1968. A menina passou anos vivendo com os avós, enquanto seus pais realizavam campanhas públicas na Suécia para resgatá-la. Durante esse período, Paulina virou um símbolo midiático da infância sob o comunismo, posando para fotógrafos numa imagem que ela não entendia, apenas para que pudesse voltar a brincar rapidamente.

A reunião com a mãe, anos depois, não foi tranquila. Após uma tentativa fracassada de fugir com ela, a mãe foi presa e ficou em prisão domiciliar. Somente em 1973, quando Paulina tinha oito anos, conseguiu deixar o país junto com a família. A transição para a Suécia não foi fácil: ela foi alvo de exclusão, bullying e agressões na escola devido ao seu passado. Tentando se encaixar, trabalhou em diversos empregos para conseguir dinheiro e mudar sua aparência, mas mesmo assim continuou sendo rejeitada.

Ascensão na moda e confrontos com a misoginia

A virada na vida de Paulina aconteceu aos 14 anos, quando uma amiga maquiadora enviou fotos suas para um agente de modelos. O convite para trabalhar em Paris veio logo em seguida, abrindo as portas para uma carreira de sucesso. Ela rapidamente se tornou uma das supermodelos mais requisitadas da década de 1980, estampando capas da Vogue, Sports Illustrated e tornando-se o rosto da Estée Lauder.

Porém, o brilho das passarelas escondia uma realidade cruel. Paulina enfrentou assédio sexual e violência desde seus primeiros trabalhos, normalizados em uma indústria dominada por homens. Relatos de abuso nos bastidores da moda vieram à tona apenas décadas depois, quando ela ganhou coragem para denunciar a misoginia silenciada que marcou sua juventude.

Amor, casamento e transformação pessoal

Nos anos 1980, Paulina se mudou para Nova York, onde conheceu o músico Ric Ocasek, vocalista da banda The Cars. Eles se casaram em 1989 e tiveram dois filhos, vivendo juntos por quase 30 anos. Com o tempo, o relacionamento sofreu desgaste. Paulina relata uma dinâmica de controle e ciúmes, na qual abriu mão de sua independência, mas também construiu uma família e uma trajetória artística, incluindo livros, roteiros e atuações.

Após a morte de Ric em 2019, ela descobriu que havia sido excluída do testamento, um episódio que a despertou para a necessidade de resgatar sua própria identidade e voz.

Voz ativa contra o preconceito etário e celebração da idade

Paulina voltou a se posicionar publicamente na última década contra o etarismo, fenômeno que desvaloriza mulheres com o avanço da idade. Ao tentar retomar a carreira de modelo, enfrentou rejeição por ser considerada “velha demais”. Isso a incentivou a usar redes sociais e entrevistas para desconstruir padrões estéticos impostos.

Em 2022, publicou *Unfiltered*, série de ensaios onde expôs os desafios de seu casamento glamouroso e o papel limitado que a sociedade e a indústria da moda reservam para mulheres maduras. Ela defende que o envelhecimento deve ser celebrado, e não escondido por meio de cirurgias ou vergonha.

Sua postura rendeu até um novo convite da Estée Lauder, que a contratou para ser um exemplo inspirador da conversa sobre envelhecimento. No Instagram, Paulina compartilha imagens sinceras, como fotos usando biquíni aos 60 anos, e incentiva outras mulheres a perderem o medo e honrarem sua idade.

Conclusão

Paulina Porizkova teve uma infância marcada pela divisão política da Guerra Fria, um reencontro familiar conturbado e anos de exclusão social. Apesar dos obstáculos, tornou-se um ícone mundial da moda e, hoje, é uma voz ativa contra o preconceito de idade e pela aceitação da beleza natural no envelhecimento. Sua história é um poderoso exemplo de superação e autenticidade em um ambiente frequentemente difícil para mulheres.

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Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Vitor Souza

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