Desmotivação no trabalho: você pode estar sofrendo de ‘rust out

Está se sentindo desestimulado e apático no trabalho? Você pode estar sofrendo de ‘rust out’ Um fenômeno ainda pouco conhecido, mas que impacta a vida de muitos profissionais, está ganhando atenção: o chamado *rust out*. Diferente do *burnout*, que é causado pela sobrecarga e estresse extremo, o *rust out* refere-se ao declínio mental e emocional provocado pela monotonia e falta…

Está se sentindo desestimulado e apático no trabalho? Você pode estar sofrendo de ‘rust out’

Um fenômeno ainda pouco conhecido, mas que impacta a vida de muitos profissionais, está ganhando atenção: o chamado *rust out*. Diferente do *burnout*, que é causado pela sobrecarga e estresse extremo, o *rust out* refere-se ao declínio mental e emocional provocado pela monotonia e falta de desafios no trabalho. Essa condição pode levar à desmotivação, apatia e até ao desinteresse, afetando tanto a saúde mental quanto a carreira dos trabalhadores.

O que é o *rust out*?

O termo *rust out* pode ser traduzido como “enferrujamento” profissional. Ele descreve a sensação de desgaste causada não pelo excesso, mas pelo vazio de tarefas repetitivas, burocráticas e pouco estimulantes. Ao contrário do *burnout*, cujo sintoma principal é a exaustão, o *rust out* surge da subutilização das habilidades do profissional, da ausência de novos desafios e da sensação de estagnação.

Profissionais que vivem essa experiência geralmente fazem apenas o mínimo necessário, perdem o interesse pelo trabalho e buscam distrações, como navegar nas redes sociais, para passar o tempo. A longo prazo, essa apatia pode levar à insatisfação com a carreira e prejudicar o bem-estar emocional.

Pesquisa aponta sintomas em professores formadores

Estudos recentes realizados com formadores de professores — académicos que treinam futuros educadores — revelam que o *rust out* é uma realidade até mesmo em profissões consideradas vocacionais. Uma pesquisa com 154 desses profissionais mostrou que, apesar do compromisso com a sua missão, muitos enfrentam atrelamento a tarefas administrativas em excesso, que desviam o foco do que realmente gostam de fazer, como ensino, pesquisa e desenvolvimento curricular.

Um dos professores entrevistados relatou que cerca de 70% da sua carga de trabalho é destinada à burocracia, o que considera “muito deprimente”. A rotina de atividades repetitivas e a falta de espaço para a criatividade geram um sentimento de produtividade baixa e desânimo.

Essa situação é agravada em ambientes que valorizam unicamente o cumprimento de metas e a eficiência, deixando de lado o engajamento e a satisfação do colaborador. Assim, os profissionais se sentem “invisíveis” ou substituíveis, permanecendo presos em uma zona de conforto que limita seu crescimento.

Consequências do *rust out*

Ainda que o *rust out* possa parecer menos grave que o esgotamento, ele traz impactos profundos. A longo prazo, pode causar desengajamento, apatia profissional e até um distanciamento emocional em relação ao próprio trabalho. Muitos profissionais encontram dificuldades para expressar essa insatisfação, seja pela cultura organizacional ou pelo medo de perder o emprego.

Isso favorece um silêncio que, embora aparente estabilidade, pode prejudicar a empresa no futuro, com problemas como aumento da rotatividade, queda no clima organizacional e falta de inovação. Por isso, especialistas defendem que o *rust out* seja incluído na agenda de saúde mental dos ambientes corporativos.

Como enfrentar o *rust out*?

Para minimizar o *rust out*, é importante que as organizações incentivem ambientes de trabalho que valorizem os talentos individuais e ofereçam oportunidades reais de desenvolvimento. Promover desafios compatíveis com as habilidades e aspirações dos funcionários, flexibilizar funções para incluir tarefas mais criativas e incluir estratégias que estimulem o engajamento são caminhos eficazes.

Além disso, o diálogo aberto sobre sentimentos de desmotivação e apatia no trabalho deve ser estimulado, quebrando o tabu em torno desse tema e promovendo a saúde mental no cotidiano profissional.

Conclusão

O *rust out* é um fenômeno que merece atenção tanto de empregadores quanto de empregados. Ao contrário do burnout, que nasce do excesso, o *rust out* resulta da monotonia e da falta de desafios, causando desgaste silencioso e gradual. Reconhecer seus sinais e buscar formas de estimular o engajamento e o crescimento profissional é fundamental para garantir a satisfação no trabalho e preservar a saúde mental dos trabalhadores.

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Palavras-chave: rust out, burnout, desmotivação profissional, apatia no trabalho, saúde mental no trabalho, estagnação profissional, monotonia no trabalho, satisfação profissional, desenvolvimento de carreira, engajamento profissional, burocratização, ensino superior.

Imagem: s2-g1.glbimg.com

Fonte: g1.globo.com