Trump ataca Brasil e defende Bolsonaro em críticas comerciais e políticas

Trump critica Brasil como “péssimo parceiro comercial” e chama processo contra Bolsonaro de “execução política” Em uma entrevista concedida a jornalistas na Casa Branca, na quinta-feira (14), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a relação comercial entre os EUA e o Brasil, qualificando o país sul-americano como um “péssimo parceiro comercial”. Além disso, Trump defendeu o…
Trump critica Brasil como “péssimo parceiro comercial” e chama processo contra Bolsonaro de “execução política”
Em uma entrevista concedida a jornalistas na Casa Branca, na quinta-feira (14), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a relação comercial entre os EUA e o Brasil, qualificando o país sul-americano como um “péssimo parceiro comercial”. Além disso, Trump defendeu o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, classificando o processo judicial contra ele como uma “execução política”.
Críticas às tarifas e à relação comercial
Questionado sobre as tarifas impostas aos países da América Latina e o movimento desses países em direção à China, Trump afirmou não estar preocupado, mas aproveitou para criticar o Brasil. Segundo ele, o Brasil tem tarifas muito maiores para produtos americanos do que o inverso, o que dificultaria o comércio bilateral.
“O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas — como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que nós cobramos, e, basicamente, nós nem estávamos cobrando nada. (…) Eles tornaram tudo muito difícil de fazer. Então, agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”, declarou Trump.
Em julho, o governo Trump u a taxação de 50% para produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos, associando diretamente essa medida ao julgamento contra Bolsonaro, na época réu no Supremo Tribunal Federal (STF).
Defesa a Bolsonaro: “execução política”
O ex-presidente americano também destacou sua avaliação pessoal sobre Jair Bolsonaro, insistindo na tese de perseguição política. “Eu conheço esse homem e vou lhe dizer — eu sou bom em avaliar pessoas: acho que ele é um homem honesto. Acho que o que fizeram é uma coisa… Isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com o Bolsonaro”, afirmou.
Desde julho, Trump tem levantado acusações contra o Judiciário brasileiro, alegando que Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” e publicou até uma carta oficial, em 17 de julho, defendendo o ex-presidente brasileiro e pedindo o fim do processo contra ele.
Bolsonaro é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostamente liderar uma organização criminosa armada, visando desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção. Em depoimento ao Supremo em junho, Bolsonaro negou essas acusações.
Relatório americano critica direitos humanos no Brasil e atuação do STF
Além das críticas comerciais e políticas, o governo Trump também publicou, em 12 de setembro, um relatório anual sobre direitos humanos em países ao redor do mundo, destacando uma série de pontos negativos referentes ao Brasil.
O documento, elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA, destaca que a situação dos direitos humanos no país “se deteriorou ao longo do ano”. Segundo o relatório, houve ações judiciais que teriam “minado a liberdade de expressão e o acesso à internet”, incluindo a suspensão de perfis na rede social X (antigo Twitter), ordenada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
O relatório acusa o governo brasileiro de suprimir discursos desfavoráveis politicamente, rotulando-os como “discurso de ódio” de forma vaga e descolada do direito internacional. Também critica a prisão prolongada e sem acusações formais de centenas de apoiadores de Bolsonaro envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão a prédios governamentais.
Em resposta, o governo Trump sancionou Moraes com a Lei Magnitsky, que impõe sanções econômicas a agentes estrangeiros acusados de graves violações de direitos humanos — uma medida controversa que encontrou resistência até dentro do próprio Departamento de Estado americano.
Controvérsias e suspeitas de politização
A divulgação do relatório americano gerou polêmica, com relatos de servidores do Departamento de Estado indicando que a versão final do texto foi “indevidamente politizada” quando comparada a anos anteriores, especialmente em relação à avaliação do Brasil.
O relatório também criticou posicionamentos do governo brasileiro em relação a conflitos internacionais, como a declaração do presidente Lula sobre a situação em Gaza, considerada por aliados dos EUA uma comparação inadequada.
Conclusão
As recentes declarações e ações do ex-presidente Donald Trump reforçam as tensões nas relações entre Estados Unidos e Brasil em diversas frentes, incluindo comércio, política interna e direitos humanos. Enquanto Trump posiciona-se como aliado de Jair Bolsonaro e acusa o Judiciário brasileiro de perseguição política, o governo brasileiro enfrenta críticas severas dos EUA, especialmente em relação à liberdade de expressão e à atuação do Supremo Tribunal Federal.
Com o cenário marcado por tarifas elevadas e troca de acusações políticas, o relacionamento bilateral entre as duas maiores democracias das Américas passa por um momento conturbado, que deve influenciar o ambiente comercial e diplomático nos próximos meses.
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Fonte: g1.globo.com