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Aumentam denúncias de exploração sexual infantil nas redes sociais

Aumentam denúncias de exploração sexual infantil nas redes sociais
  • Publishedagosto 13, 2025

Introdução A exposição indevida de crianças e adolescentes nas redes sociais voltou a ganhar destaque após um vídeo publicado pelo influenciador Felca, no dia 6, que acusa outro criador, Hytalo Santos, de utilizar adolescentes em conteúdos com cunho sexual. Em poucos dias, denúncias de exploração sexual de menores nas plataformas mais do que dobraram — aumento de mais de 100%…

Introdução
A exposição indevida de crianças e adolescentes nas redes sociais voltou a ganhar destaque após um vídeo publicado pelo influenciador Felca, no dia 6, que acusa outro criador, Hytalo Santos, de utilizar adolescentes em conteúdos com cunho sexual. Em poucos dias, denúncias de exploração sexual de menores nas plataformas mais do que dobraram — aumento de mais de 100% em seis dias —, revelando falhas na moderação mesmo com sistemas automatizados de detecção.

Desenvolvimento
As principais plataformas — Instagram, TikTok e YouTube — afirmam proibir a sexualização de menores e dizem empregar inteligência artificial (IA) e equipes humanas para identificar e remover material que viole suas regras. Ainda assim, o vídeo de Felca demonstra que conteúdos desse tipo podem ser facilmente encontrados e que, em alguns casos, a seção de comentários reúne perfis que oferecem troca de material explícito envolvendo pessoas menores de 18 anos.

Especialistas apontam que a capacidade técnica para detecção existe, mas que o modelo de negócio das redes, centrado em engajamento e monetização, cria incentivos contrários à remoção rigorosa. Segundo Raquel Saraiva, presidente do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.rec), “todo mundo está ganhando nessa história, existe muito ganho para as plataformas, só a gente que está perdendo por ser exposto a esse tipo de conteúdo”. Maria Mello, do Instituto Alana, questiona até que ponto as empresas estão dispostas a investir para enfrentar o problema e afirma que “é o modelo econômico e o desenho [das redes sociais] que faz com que elas sigam, no mínimo, tolerando a circulação desse tipo de conteúdo”.

Como medidas possíveis, especialistas citam mecanismos semelhantes aos usados para proteção de direitos autorais: filtros automáticos que detectem a presença de crianças e impeçam a monetização desses vídeos. Raquel sugere que seria “fácil colocar um filtro de que, se aparecer a imagem de uma criança, o vídeo não pode ser monetizado”, mas reconhece que mudanças no algoritmo de engajamento podem enfrentar resistências.

No plano institucional, a discussão sobre proteção de menores nas redes voltou ao Congresso com o PL 2628/2022, embora o relatório recente tenha deixado de lado o chamado “dever de cuidado” das plataformas. Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que redes sociais podem ser responsabilizadas por falhas sistêmicas na remoção de crimes sexuais contra pessoas vulneráveis e pornografia infantil, o que amplia a pressão por mecanismos mais efetivos.

O que os pais podem fazer
Especialistas recomendam reduzir a exposição de crianças na internet e limitar quem tem acesso a imagens e vídeos delas. É importante diálogo aberto para que menores se sintam seguros em denunciar conteúdos que os incomodem. Ferramentas nativas de Android e iPhone permitem monitorar atividade, e as próprias redes oferecem recursos para limitar tempo de uso e controlar interações.

Conclusão
O aumento das denúncias mostra que tecnologia por si só não resolve o problema: é preciso alinhamento entre investimento em detecção, mudanças nos incentivos econômicos das plataformas, regulação eficaz e vigilância familiar. Somente a combinação dessas medidas pode reduzir a circulação de material que explora crianças e adolescentes nas redes sociais.

Palavras-chave (SEO)
– exploração sexual infantil
– redes sociais e crianças
– moderação de conteúdo
– Felca Hytalo Santos
– proteção de menores online
– inteligência artificial moderação
– engajamento e monetização
– PL 2628/2022
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– controle parental smartphones

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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