Redes sociais expõem menores: denúncias crescem 100%

Imagem: s2-g1.glbimg.com

Introdução Denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes nas redes sociais cresceram mais de 100% em seis dias, segundo apuração de veículos de mídia, após a divulgação de um vídeo pelo influenciador Felca que acusa outro criador, Hytalo Santos, de usar adolescentes em conteúdos com cunho sexual. O caso reacendeu o debate sobre a eficácia de ferramentas de detecção…

Introdução
Denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes nas redes sociais cresceram mais de 100% em seis dias, segundo apuração de veículos de mídia, após a divulgação de um vídeo pelo influenciador Felca que acusa outro criador, Hytalo Santos, de usar adolescentes em conteúdos com cunho sexual. O caso reacendeu o debate sobre a eficácia de ferramentas de detecção das plataformas e sobre os limites do modelo econômico das redes.

Desenvolvimento
Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube afirmam proibir e remover conteúdo que envolva sexualização ou exploração de menores. Segundo elas, há sistemas de inteligência artificial que detectam nudez e material explícito automaticamente, e casos complexos são encaminhados para revisão humana. Ainda assim, o vídeo de Felca mostrou que esse tipo de conteúdo pode ser facilmente encontrado e que seções de comentários chegam a reunir perfis que se oferecem para troca de material explícito envolvendo menores.

Especialistas consultados apontam uma contradição entre a capacidade técnica das empresas e o desenho econômico das plataformas. “As plataformas têm o que há de mais moderno em termos de identificação e detecção de conteúdos. Mas quanto isso custa e quanto elas estão realmente dispostas a pagar para enfrentar o problema?”, questiona Maria Mello, coordenadora do Instituto Alana. Para Raquel Saraiva, presidente do IP.rec, o que existe é um incentivo ao engajamento e à monetização que, na prática, favorece a circulação de conteúdos problemáticos: “Todo mundo está ganhando nessa história, existe muito ganho para as plataformas, só a gente que está perdendo por ser exposto a esse tipo de conteúdo.”

Entre as propostas de prevenção, especialistas citam medidas já usadas para direitos autorais: filtros automáticos que identifiquem a presença de crianças em vídeos e impeçam a monetização ou a amplificação de materiais com menores. Há ainda recomendações práticas para famílias: reduzir a exposição pública de crianças nas redes, restringir quem pode acessar imagens e conversar abertamente com os filhos sobre riscos e como denunciar conteúdos inadequados. Sistemas de controle parental em Android e iPhone e ferramentas das próprias redes para limitar tempo e contatos também são indicados.

No campo jurídico e regulatório, o episódio levou a retomada das discussões na Câmara sobre o PL 2628/2022; o relatório apresentado não elevou o “dever de cuidado” das plataformas, mas proibiu pornografia e jogos de azar. Em junho, o Supremo Tribunal Federal decidiu que redes podem ser responsabilizadas por falhas sistêmicas na remoção de crimes sexuais contra vulneráveis, incluindo pornografia infantil.

Conclusão
O aumento das denúncias mostra que, apesar das tecnologias de detecção, a circulação de conteúdo que expõe crianças persiste. Especialistas pedem uma combinação de medidas: maior responsabilidade das plataformas, aprimoramento e financiamento dos sistemas de moderação, mudança nos incentivos econômicos que favorecem o engajamento a qualquer custo e ações concretas de proteção e educação nas famílias. Sem ajustes estruturais e fiscalização efetiva, a proteção de crianças e adolescentes nas redes continua dependente de denúncias isoladas e da vigilância de usuários e influenciadores.

Palavras-chave para SEO
– exploração sexual infantil redes sociais
– detecção de conteúdo infantil
– proteção de crianças online
– Felca Hytalo denúncia
– moderação plataformas sociais
– controle parental internet
– responsabilidades big tech pornografia infantil

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Sair da versão mobile